quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sebastião...

Era domingo...dia 23 de Julho,quando encontrei-me com ele; ELE! O homem da minha vida; Sebastião; Sebastião era
seu nome...eu estava na praça,ele dentro da padaria, se deliciando com o maravilhoso pudim de leite do Seu Joaquim. Nossos olhares se chocaram; num ímpeto de vexame abaixei minha cabeça;minha face rosou de leve...lancei-lhe um
sorrateiro olhar de soslaio; ele estava me fitando pela fresta da janela...fiquei mais corada. Sentei no banco de praça, e ali fiquei a ler meu livro; todas as tardes lia na praça.Ele saiu da padaria e veio ao meu
encontro.Fiquei com a cabeça baixa; ele me deu um bom dia e um sorriso galante, eu respondi com a voz baixa, mas continuei
ali...parada, sem mover um músculo. Foi assim meu primeiro encontro com meu amor, ele me olhando e eu imóvel. Me perguntou o nome, eu hesitei, então ele se apresentou...Sebastiao...disse também que voltaria na próxima semana;
eu permaneci calada.Pegou minha mão, a beijou e se foi.Naquele momento eu congelei. Fiquei noites e noites sem dormir, esperando que o tão desejado dia viesse logo... Encontrei-o no domingo, novamente corei o rosto; mas dessa vez de felicidade, não de vergonha...então acabei com o
silêncio que tinha imposto à primeira vez que nos falamos... E foram assim...todos os meus domingos durante cinco meses inteiros, até que então ele pediu minha mão...fique
perplexa...mal pude manter a compostura, minhas pernas estremeceram...inexplicavelmente saiu de minha boca a palavra
"NÃO!"...regurgitei tal palavra sem ao menos degustá-la... meus olhos encheram de lágrimas, meu coração disparou de uma
forma inexplicável, respirei fundo, abracei-o fortemente e apesar de insensata palavra, meu corpo e minha expressão de júbilo
diziam completamente o contrário,ele entendeu a verdadeira resposta... Em pouco tempo nos casamos...éramos felizes; eu fazia todas suas vontades e ele me fazia feliz... Houve um dia sem luz, as nuvens carregadas cobriam o sol, um dia frio, estranho...Ele veio perto de mim, falou que precisava me dizer algo, mas que eu não o interrompesse, apertou minhas mãos, as suas
estavam geladas, eu me espantei, mas não o interrompi como havia pedido...Aquele com certeza foi o dia mais terrível da minha
vida...disse-me ele que não era mais aquilo que ele queria, disse-me também que não mais me amava, e sim à outra...disse que ia
embora.Pedi à ele, não...eu implorei que não se fosse, prostrei-me aos seus pés e fitei-lhe o semblante,mas de nada adiantaram
minhas súplicas, ele apenas ligou a moto e se foi,sem dizer uma palavra...e eu q pensava que esse fosse o homem da minha vida, homem esse que me abandona sem dizer ao menos adeus...chorei,chorei sim pois o que mais haveria eu de fazer?e o meu pranto foi meu companheiro por muito e muito tempo,até que então...até ele se foi,sem dizer nada,como aquele
homem...Sebastião.

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